sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Um historia com sabor de café.

Desde que trabalho na cafeteria alguns cliente marcaram minha vida, mas nenhum deles foi tão inesquecível quanto a pequena Eleanor.
Ela sempre chegava por volta das onze quando saia da escola, pude perceber pelo seu uniforme, ela sempre pedia a mesma coisa, sentava no mesmo lugar e ficava quieta por algumas horas, quase nunca era notada pelos demais.Era uma manhã qualquer e lá estava ela, no mesmo lugar escrevendo em seu caderno e ao lado seu café intocável.
Vários aspirantes a escritores entram e sai por aquela porta todos os dias, com seus notebook, celulares e aparelhos tecnológicos, mas Eleanor era diferente ela gostava de escrever, sentir o cheiro de tinta, a textura do papel em seus dedos, antes de sair ela deu o seu até logo de sempre e se foi, mas algo estava errado, ela havia esquecido o pequeno caderno vermelho em cima da mesa.
Eu guardei e esperei ate o dos em que ela viesse buscar, mas esse dia não aconteceu, fiquei curioso em ler o que tinha lá dentro, mas não poderia invadir a privacidade dela, seria um diário? Onde falava de um amor secreto na escola, seria apenas anotações? planos para o futuro, a faculdade queira ir, ou seria um livro? Que falava de aventuras fictícias, alguém que gostaria de ter sido, a mocinha apaixonada ou a guerreira valente, nunca irei saber.
Era noite de natal e a cafeteria já estava quase fechando, foi quando ela apareceu, com a roupa coberta de neve, os cabelos soltos e olhos vermelhos, ela estava chorando, ela não fez o mesmo pedido, não sentou no mesmo lugar, e enfim me notou.
_ Oi, feliz natal._ disse ela com um sorriso triste.
_ Feliz natal, o que deseja?
_Você tem algo que faça apagar esse dia?
_ Sinto muito, mas tenho algo que possa ajudar a melhorar seu humor._ fui ate meu armário e peguei seu caderno de onde havia guardado, voltei para o cafeteria e lhe entreguei o caderno.
_ Acho que isso lhe pertence, guardei ate que aparecesse para buscar._ expliquei e ela sorriu.
_ Obrigada, você leu_ perguntou e eu neguei. Ela folheava o caderno como se procurasse algo, tirou uma página do mesmo e me entregou.
_ Muito obrigada por guardar, você pode ler esta, são palavras que eu nunca teria coragem de dizer pessoalmente._ ela se levantou e saiu, peguei e a folha de papel e comecei a ler.
estava ele, atendendo as pessoas com aquele sorriso que em encanta desde que o conheci, nunca tive coragem de falar com ele, não sei o  seu nome, mas sei que toda vez que o vejo meu dia se torna especial, parece até meio esquisito falando desse jeito, como se eu tivesse uma obsessão por ele, mas juro que não sou louca, apenas uma jovem com uma paixão platônica pelo garoto da cafeteria.
Ela gostava meu sentimento era recíproco, sai da cafeteria deixando para trás Mia, a outra atendente, gritando por mim, tive que correr muito até que a encontrei perto do ponto de ônibus, fui até ela e me sentei ao seu lado.
_ Não pensei que fosse vir atrás de mim._ disse ela_ sinto muito.
_ Não se desculpe por ter sentimentos, vim até que aqui para que pudesse se desculpar.
_ Não?
_ Não, gostaria de saber se você quer sair comigo? Hoje ou amanhã, quem sabe?
_ Eu adoraria, até amanhã.
_ até amanhã Eleanor.
E aquele foi o apenas o início da minha histórias com a garota da cafeteria.